Quando o amor morreu fazia sol e todos comemoravam a vitória
do meu time no clássico do final de semana. Quando o amor morreu o dia
amanheceu com vários relatórios pendentes na minha mesa. A greve de ônibus
havia acabado. Quando o amor morreu, eu acenei para a mamãe Noel no shopping,
pedi um yaksoba no almoço e acendi um cigarro depois. Quando o amor morreu minha mãe havia ligado do RJ animada com a
viagem e feliz por rever a irmã. No dia em que o amor morreu, uma amiga hoje
distante me perguntou sobre aquela mulher e se eu sabia por onde ela andava.
Quando o amor morreu a ficha caiu. Eu não me lembrava mais daquela mulher, e se
Deus existe, só ele sabe por onde ela anda. Quando o amor morreu eu não me
toquei. Eu abri os olhos pela manhã, tateei a penteadeira a procura dos meus
óculos e me perguntei como estaria o trânsito. Não me perguntei sobre aquela
mulher como era de costume. Foi natural. Quando o amor morreu parecia que eu
jamais havia estado lá, que você jamais esteve por aqui. E quando o amor morre
eu só posso crer que quem é enterrado somos nós. Na rotina.
A rotina pode ser mais debilitante que qualquer outra dor. Se a gente deixar... Belo texto Thaís!
ResponderExcluirBeijos!
Eu nunca consigo deixar comentários neste blog, porque depois de ler o que você escreve aqui só me cabe um silêncio e um tipo de branco, esqueço as palavras e apenas sinto e penso, coisas que não sei dizer. Eu gosto muito de ler o que você escreve, porque me leva pra longe ou me traz pra dentro de mim, porque me faz sonhar, me faz desejar, me alegra, entristece ou sei lá... Gosto muito daqui porque te ler é como encontrar o caminho de mim depois de muito tempo perdida.
ResponderExcluirBeijos, Thaís.
eraoutravezamor.blogspot.com
Obrigada gente, fico sem jeito até hoje quando descubro que alguém leu meu blog.
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