terça-feira, 15 de novembro de 2011

Um Tonzinho só não faz verão Parte I

Diálogo do filme 500 days of Summer (2009), cena final do filme em que Tom e Summer se reencontram no parque.

“-E você se casou neah?
-É.
(silêncio)
-Devia ter me contado.
-Quando estávamos... é, quando dançamos juntos ... E...
-É que ele ainda não tinha me pedido em casamento e...
- Já estavam nos seus planos, na sua vida, então por que dançou comigo?
- Eu dancei porque eu quis.
(silêncio)
- Você só faz o que você quer, não é?
(silêncio)
- Você nunca quis ser namorada de ninguém e agora é esposa de alguém.
-Me surpreendeu também.
-É isso que eu não vou entender nunca. Quer dizer, não faz o menor sentido.
-Mas aconteceu.
-Eu sei, mas, é isso que eu não entendo o que aconteceu?
-É que eu acordei um dia e eu soube.
-E soube o que?
-Que com você eu nunca tive certeza.
(um silêncio maior ainda)
-Sabe o que é chato? Perceber que tudo o que acreditamos é uma verdadeira MENTIRA. É um saco!!!
-Como assim?!
-É ... Destino, alma gêmea, amor verdadeiro e toda essa bobagem toda de conto de fadas. Você tinha razão. Deveria ter te ouvido.
-Não.
- O que, você ta rindo de que?
-Bom, eu acho que é porque eu estava sentada na rua de eventos e um cara chegou até mim e perguntou do livro que eu estava e agora ele é meu marido.
-É, e daí?
-Daí, se eu tivesse ido ao cinema? E se eu , se eu ... tivesse ido almoçar em outro lugar e chegasse 10min depois? Era uma coisa que era pra ser e eu continuo pensando: o Tom tinha razão. Não era sobre mim que você estava certo.
(silêncio)
-Eu tenho que ir, mas, estou contente de que você esteja indo bem.
(silêncio, ela vai embora e o Tom grita:)
-Summer, eu realmente espero que você seja feliz!”

Não demorei 500 dias para acreditar ou deixar de acreditar em destino e toda essa coisa de amor, pessoa certa e pessoa errada, incerteza e certeza. Estava completamente certa de que essa história nunca duraria e pela primeira vez em 365 dias me vi cansada de ser o Tom. Busquei reviver as memórias como elas realmente aconteceram, é engraçado quando há uma autoavaliação e aos poucos você começa a se lembrar das mãos que não queriam se encontrar, da primeira vez em que a pessoa não te procurou, quando o beijo começou a amornar, daquela visita em que você passa pela porta e não recebe um abraço e de quando a pessoa não sorri mais ao te ver, é como se você começasse a abaixar o volume da TV, o assunto vai ficando mudo e os beijos deixam de acontecer. E aquela coisa vai faltando, a pessoa vai faltando, o amor vai para a geladeira e você só percebe quando é hora de ir embora e ninguém lhe pede pra ficar mais um pouquinho. Tudo se encaixa agora, tudo parece ter acontecido gradativamente, o nosso amor sendo colocado em um carrinho de rolimã ladeira abaixo enquanto assistíamos em silêncio ele pegar velocidade, perder o rumo até bater em muro e se partir em tantos pedaços que não importaria quantas vezes procurasse, nunca acharíamos tudo o que se perdeu.
É hora de jogar passatempo com o silêncio, me sinto vazia. To vendo pela janela o amor ir embora sem se despedir, sem dor e pela primeira vez em 365 dias eu não quero nada que rime com essas palavras, percebo que um Tonzinho só não faz Verão e que não era você, era eu.
  (continua)

Um comentário:

  1. olá adorei o blog...
    to seguindo :D
    se gostar segue tbm:
    http://enredodeideias.blogspot.com/
    beeijo..

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...