segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Paciência.



                                                                   (imagem retirada do we heart it)
                     
 “Onde está você?”: Pergunto para o vento no escuro do meu quarto. O sono aparenta ter uma aversão gigantesca á você, pois sempre que estou contigo na cabeça, o sono não vem. Talvez essa seja a causa das olheiras que venho tendo. Paciência. São os ossos do ofício.
                Entre os minutos vagarosos fritando na cama, sua imagem dispara na minha cabeça como milhares de flashes contínuos e poderosos. A saudade se apodera de mim como uma trepadeira daninha toma conta dos muros de uma casa abandonada. Abandonada, meu coração estava abandonado, sem carinho ou esperança até que suas madeixas castanhas o iluminassem, apesar de certa relutância sua no começo dessa epopeia.
                Incrível como sua imagem sozinha consegue deixar cada nervo do meu corpo rígido e tilintando de tesão. Ás três da madrugada, todos dormindo, “Porque não?”. Uma masturbação sorrateira e deliciosamente vagarosa, só para consumar o desejo quase animal que sinto por você, além de ser uma maneira de trazer vestígios seus pra mim.
                Conformei-me, o sono realmente não viria. Cérebro á todo vapor, como poderia? Para relaxar, liguei o rádio. Por ironia do destino, aquela música de Los Hermanos que tanto gostamos. Relaxei, deitei a cabeça no travesseiro. Relaxei ao som dos acordes da musica e contrariando as expectativas, desfalecia vagarosamente nos braços de Morfeu.
                Nem dormindo você me dá paz, será possível? Acabei que sonhei com você essa noite. Nunca mais veria a cozinha como antes. No sonho, resumo dos meus desejos mais profundos, você me levava pra lá. Agarrávamo-nos ferozmente, tropeçando nos pés das cadeiras e da mesa. Joguei-lhe em cima da mesa e comecei a beijar cada pedaço de seu corpo. Seus seios com os mamilos duros como diamantes róseos, seu ventre branco, digno dos seres angelicais, seu clitóris rígido em meus lábios.
                Uma trovoada voltou-me á realidade. Tinha começado a chover e o barulho acordou-me. ‘Trovão maldito!’: praguejei as forças da natureza. Tentava, mas não conseguia dormir de novo. O remédio era esperar amanhecer para poder fazer algo divertido, quiçá construtivo. Até lá, teria longas horas até o amanhecer, todas elas pensando em você. Paciência.

3 comentários:

  1. Thaís. Um alarme ou sino tocou aqui dentro do meu cérebro. Juro. Não entendo muito de anatomia, mas alguma parte do minha cabeça insana pensou em todas as cenas: como no trailer de um filme. Acho que principalmente durante a madrugada que deixamos nos envolver por uma série de desejos constantes que - durante o dia, até conseguimos evitar, por conta das pastas em cima da mesa do escritório e o relatório para entregar pro chefe. Até então há uma difusão de ocupação que evita esses pensamentos durante o dia. Mas a noite, no meio das suas coxas, se desencadeia uma série de desejos acumulados que com as próprias mãos, suspiros e respirações ofegantes você pensa "poderia ser ela aqui", meus dedos e minhas mãos poderiam estar ocupadas dentro de você, talvez tocando no teu sexo ou levando comigo o teu coração dentro da carteira de cigarro. Desejo que invade de tal maneira que nem mesmo as questões dos filósofos que costumavam dizer que temos que evitar o desejo - que nos leva ao pecado e nas questões a que tu coloca no texto. Mas não há controle pra um desejo tão grande ao ponto de, pensar na pessoa e imediatamente o tesão ser tanto que, tu transaria com ela nas escadas do teu prédio - mesmo se houvesse câmeras. Acho que um orgasmo é a melhor maneira de dizer pra pessoa "eu gosto de você e dos efeitos que você causa em mim". Então veste-se, levanta-se para ir ao trabalho e no escritório toma um café e acaba derrubando em seu uniforme de trabalho: merda, você exclama! Tudo hoje está tão, tão quente, e com a outra mão, limpa o suor do rosto. Vamos lá, ainda é dia... de noite eu deixo você bagunçar meus pensamentos. Beijo, guria! Teu texto está ótimo, gosto muito do jeito que tu escreve, eu leio e penso "ual". Tu faz sexo com as palavras.

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  2. O pensamento chega a prejudicar o sono. A presença de uma pessoa que nos balança, bagunça-nos flutua dentro de nós. Os olhos embriagam. Os pensamentos se misturam. Sei como é.

    Belo texto.

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  3. E o que me vem (além do tesão, é claro) é simplismente amor!

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