Sinceramente não sei se devo
acreditar no que me dizem sobre o amor e sua atemporalidade. Aliás, devo culpar
os trovadores por incentivarem gerações a proclamar um amor-romântico as suas
inalcançáveis e doces donzelas.
Onde será que me cabe tempo e espaço para amar? Não fui
criada para o amor, fui criada para os números e em um ato de rebeldia para com
a minha criação resolvi ser escritora. Acho que vou sucumbir se não escrever
sobre isto. Nasci na geração dos-sem-diários. Dos que escrevem sempre em
primeira pessoa e consomem romances baratos, começando pelo clássico Um amor
para recordar,
Dear John, dos leitores de livros
de autoajuda da avon e das mentes sentimentais que compartilham frases
amorosa/melosa nas redes sociais. Sou quase um aborto literário, uma vez que
confesso ser um dos crimonosos que assassinaram a bélissima literatura
modernista de Clarice e do dramático e sempre angustiante Caio Fernando Abreu,
esquartejando suas genialidades em frases pelo facebook, twitter e na
pré-histórica fase do orkut.Nas minhas ínfimas loucuras de fã me vesti de
Lispector e gravei um monológo com trechos de entrevistas concedidos por ela.
Guardo com carinho minhas fotos e videos, mas, não sei guardar angústia.
Agora me vem uma outra confissão:
nunca li esses romances baratos, nem sei como começa ou termina Dear John, só
sei de um amor para recordar porque vi o filme lá com meus 11 anos e de lá pra
cá sou obrigada a ver remix de histórias de amores impossíveis e dramáticos e como
diria Vinícius de Moraes: "todo grande amor só é bem grande se for
triste". Acho que meus amores estão mais para Wilde e do amor que não ousa
dizer o nome.
E coube a mim o triste fim de me
tornar uma escritora egoísta que fala sempre em primeira pessoa deixando seus
míseros leitores ou apenas ela mesma na curiosidade sobre os possíveis reais
casos relatados e a simples invenção de pretéritos. Se Renato Russo tinha razão
ao soltar a famosa frase: "o mal do século é solidão" então vivemos
na infelicidade compartilhada. Hão de nos apelidar de egocêntricos romancistas.
Fatos e mais fatos. Eu escrevo
quando não quero mais escrever, quando me sinto inutil com as palavras, quando
nada mais parece real senão os textos que vomito por ai.
E por que mesmo a gente pensa em
escrever tanto? Logo eu que não vivo disso. Não vejo um escritor em paz,
escrever é um ato embriagante, ou talvez seja tão parecido quanto um problema
de azia, as palavrinhas ficam lá te queimando querendo ganhar vida e no fim
ganham as nossas.
E até agora me parece que não
quero chegar a lugar nenhum com meus escritos.
Talvez eu queira me alcançar.
Escrever acaba libertando o que sentimos, escrever nos acalma a alma. Pelo menos assim é comigo. Em relação aos romances, sou um desastre. Então, creio que para mim é um pouco difícil lidar com esse assunto. Mas como vejo, não só para mim, mas para muitas pessoas também. Adorei o texto e me identifiquei com o modo como escreve. Está de parabéns!
ResponderExcluirOi, ainda não descobri uma descrição suficiente para exteriorizar o que escrever significa para mim. Nas minhas memórias da infância geralmente eu estava inventando alguma história ou contando outra. Aprendi a escrever antes mesmo de aprender a amar, eu suponho. kkkk
ResponderExcluirQue bom que gostou do meu texto e o modo como eu escrevo, mas eu até hoje não consigo compreender meu 'modo'. kkk
Egocêntricos romancistas. hsuiashuashuiahiasui
Volte sempre que desejar =)
Olá, sei que aqui não é pra escrever o tipo de coisa que pretendo mas ai vai: Como eu falo com você menina?
ResponderExcluirFoi o melhor que eu consegui escrever depois da ideia inicial que era: Me passa seu face? Me superei não é mesmo...
Pois bem, sou eu, a menina da biblioteca do planejamento, se se lembrar né, responde a opção um ou dois. Diz ai sou péssima nisso não é.
E você escreve muito bem afinal.
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOi, é claro que eu lembro. Quer mesmo que eu responda só uma das perguntas? Porque a resposta de uma serve para a outra também. kkkkkk
ExcluirVocê pode me achar no Planejamento, no facebook: Thaís de Castro (thaisrj1@hotmail.com) ou em qualquer lugar se você aceitar meu convite pra almoçar
=)