segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Uma autoConfissão


Hoje mais uma vez o sono não veio fácil, incomodada com o escuro me levantei e fui até a sala, sentei no sofá e olhei para a janela.
Pensei em te ligar, mas, isso seria dar o braço a torcer, uma confissão de que eu estaria envolvida. Aquela velha mentira a qual me vestia muito bem nos últimos meses não me servia mais e isso trazia um incomodo. Meus pensamentos mais profundos estavam nus. Consegui imaginar um romance, logo me repreendi.
Passava das 2h da manhã quando caminhei até a cozinha e preparei um café. Minha consciência me dizia para ser honesta comigo desta vez. Pensei que fosse fácil aceitar novos tempos, mas, estava me curando da maneira errada, costurando a tristeza em mim para se tornar normal. Escrevi mil vezes na parede do meu quarto:
-Não devo me apaixonar.
Na mesma parede que em um tempo não tão distante assim me ouviu dizer que daquela vez seria diferente. Estava errada na ocasião. E como é mesmo que dizem por aí? Ah sim! Uma mentira contada mil vezes se torna verdade! Oh céus! Como eu desejei que isso fosse verdade.
Eu não tinha a capa da invisibilidade, mas, fiz o possível para esconder qualquer sentimento bom que ainda pudesse existir em mim. Fiz questão de mandar o fantasma das velhas lembranças para bem longe, embora eu ainda conseguisse enxergar-lo, uma forma de nunca me esquecer de que tudo aquilo que eu passei havia sido real e por fim encomendei tantos sorrisos em uma tentativa frustrada de esconder de todos e do espelho a tristeza que me consumia como um buraco negro.
E você me encontrou e viu em mim o que até eu não queria mais ver. Agora assim pensando em nós dois me vi procurando aquela caixinha já empoeirada em cima do guarda-roupa onde guardei meu coração . Peguei meu carro e só me dei conta de onde estava indo quando parei em frente a sua casa. Você abriu a porta meio sonolento e mesmo assim sorriu ao me ver.
Te entreguei a caixa meio sem jeito e finalmente fiz a pergunta que você gostaria de ouvir:
- O que eu faço com isso?

2 comentários:

  1. Sofrimentos a parte, entregar o coração faz parte da vida e todas essas noites em claro, no fundo e beeeeeem no fundo, valem a pena.

    Adorei seu blog. Obrigada pela visita e volte sempre. :D
    Bjs, @ddrielle

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  2. Só há uma alternativa : viver o sentimento, gastá-lo.

    Caso exista outra forma, desconheço.

    Que Deus nos ajude porque estou no mesmo barco...

    Um beijo.

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