sábado, 24 de setembro de 2011

Pronto, falei. Agora to leve parte I


Foi tudo planejado, tinha começo, meio e fim. Depois? Ah, o depois iria depender da maré de escolhas que eu fizesse, eu não sabia o que viria ou o que eu queria. Era chegar, arrancar alguns sorrisos, conquistar a sua confiança, pegar seu telefone, uma noite legalzinha e por fim cada um para o seu lado, eu agi por insight. E toda vez que eu paro pra pensar não consigo explicar o porquê de não ter sido o suficiente. Aquela vontade súbita de se ver mais e mais. Foram poucas lembranças e uma enorme vontade de se viver toda a intensidade que nossos poucos encontros proporcionaram. Quase uma saudade de se ter aquilo que nunca tivemos. Mas todo esse pouco doeu muito mais em mim.
Eu, inepto diante de todos os acontecimentos e mesmo te conhecendo muito bem me deixei levar, estive aonde nenhuma outra pessoa pisou no teu coração de terra seca, cheguei a cogitar a hipótese de ser um coração infecundo. Mas o erro estava em mim que nunca soube regar na medida certa os sentimentos que poderiam ter te feito ficar. Semana passada minha mãe perguntou de você e eu sabia exatamente por onde tens andado, talvez por te conhecer tão bem ainda sinto a obrigação em tomar nota da sua felicidade, se está feliz, e de tantas outras vidas que esbarraram na sua, se ficam ou se vão ou se puderam lhe dar o que nunca lhe dei.
Hoje eu sei que a culpa de tudo isso é sua, eu queria vermelho e você cinza, eu queria ouvir mpb e você menina influenciada queria aquelas musicas chulas, eu prefiro ver filme e você gosta mais da multidão. Mas sabe de uma coisa que eu desejei infinitamente ter? Você.
E se não fiquei foi por não ter suportado suas brigas internas, seu medo de ver as pessoas irem embora me mandaram sem querer para longe de você, e meus olhos no passado buscam você bêbada, com qualquer prazer passageiro, preencher o que com isso nunca vou saber, mas se não fiquei a culpa é sua, repito sem dó, meu amor se cansou da sua infantilidade em querer tanto e não dividir nada comigo, pra você eu era o numero do S.O. S depois de partir de mais uma tentativa frustrada. O que você encontra insistindo no caminho errado? Agora eu não quero mais ir te buscar, não quero mais saber com quem anda, minha paixão encontrou só água fria a todo reencontro. Fico por respeito a tudo que me fez sentir, você foi um cometa, uma breve possibilidade de ser feliz e você não viu porque estava onde eu não quero estar buscando sei lá o que para preencher aquilo que nem você sabe o que é. Eu poderia ter te abraçado mais, beijado com mais calor, permitido ter nosso sexo na tua medida, porque um dia eu quis. Hoje não quero mais. Agora todas essas lembranças do que não aconteceu vem, me invadem, calejam mais uma ferida que ainda não se fechou e culpa é toda sua. Um filme água com açúcar na minha cama teria sido legal, passeios nos meus lugares favoritos os quais nunca levei ninguém também poderia ter sido divertido, mas agora, nunca será.
Mas, todo amor que eu guardei só pra você, menina, você despeja em outro cara, hoje deseja ser o desejo de outro alguém, agora você quer se doar um pouquinho e ouvi-lo dizer: vai ficar tudo bem, eu tenho você. Menina má, ouvi dizer que você o procura, que quer as meias dele perdida entre o sofá, um banho quente a dois e juras de amor no espelho embaçado. Quer dividir as dores, quer amar e ser amada. Tudo o que um dia eu quis pra nós dois. Você quer com ele. Então ta. Então vá, não é pra voltar, não é pra me fazer sentir que sou uma metáfora, o cara em cor de sépia, o passado que você veio visitar, eu realmente estou cansado de lhe mostrar o caminho, de tentar lhe fazer enxergar o quanto a vida pode lhe oferecer de bom, to cansado de buscar você na direção contrária e curar tuas cóleras pra que você possa oferecer inteira um sentimento que nunca foi meu, porque você não quis. Já que é assim, eu voltar para o lugar de onde eu nunca deveria ter saído.
Você não tem razão, não pode ficar triste por ver mais alguém partir, porque a culpa é sua, admita você queria tudo o que eu tinha para oferecer, só não quis que fosse eu. Agora eu vou embora, não quero mais ouvir sua voz, não quero saber com quem andas, não quero mais curar tua dor, não quero te amar. Mas eu te amo. O engraçado é você nunca vai descobrir o quanto. Espero que um dia, nesses de chuva quando a solidão te chama para um café, sozinha em casa, você pare pra pensar e diga que eu teria sido a escolha certa.
E tudo estará perdido em algum lugar do tempo.

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