Minhas palavras não lhe servem mais.

Esta é a última vez que escrevo pra você. Não acredito que usou comigo o que uso com você: palavras. E diferente do que faço terminou de matar por aqui o que já andava mal das pernas, diferente da intenção das minhas palavras foi até frio demais se a intenção era consideração.

Durante muito tempo foi a minha melhor inspiração. Só não sei como pode dizer tudo àquilo sem a noção do estrago. Confessar admiração pelas qualidades que supostamente ela possui se esquecendo que da maneira como ela age hoje com você, eu também costumava agir. Me perguntei como nunca as viu em mim, descreveu a minha própria sombra e naquele instante não posso dizer que partiu meu coração porque a parte que lhe cabia nele naquele instante ficou cinza.

Em nenhum momento vou te culpar por não ter o mesmo sentimento, mas, devo lhe culpar pela falta de sinceridade comigo. Pela última vez não finja que se importa e não se preocupe, não vou jogar praga nos dois. Ao contrário, desejo sorte, e que desta vez ao menos não falte com a verdade. Experimente contar seus segredos a ela, aquele que eu costumava saber, saia da capa da inocência, mostre seu verdadeiro rosto e se nessa ela ainda te olhar como costumava ser não a deixe ir, esta pode ser sua última chance antes de continuar nesta vida medíocre e vazia.

Faça da sua vida o que bem entender, mas, bem longe de mim. Seja feliz como nunca foi comigo e, por favor, não volte. Não sirvo mais para estar ao teu lado para te segurar se nunca está quando preciso. É claro que nos veremos de novo e isso ainda vai mexer comigo porque toda vez que te vejo crio a imagem que eu gostaria que você tivesse. Não serei infantil, é claro que vou falar contigo em respeito a tudo aquilo que fui pra você e o que me fez sentir, mas que você nunca foi capaz de enxergar ou retribuir.

Minhas palavras não lhe servem mais. Até qualquer outro dia, porém, jamais a outro texto.

Ao som de Say goodbye.