sábado, 11 de junho de 2011

Um dia comum.

 Nessa manhã ela levantou como em qualquer outro dia, lavou o rosto se olhou no espelho e fez careta para a espinha nova, colocou seu melhor vestido e escolheu seu par de sapatos favorito enquanto esperava pelo café da manhã, como poderia ser diferente se a vida dela tem sinônimo de mesmice? Escutou sua mãe reclamar da cama mal arrumada e da mania “masculina” da filha de deixar a toalha jogada na cama.
A menina para não se atrasar resolveu não comer as torradas e dispensou a sua geléia, a mãe até reclamou porque ela sempre acorda atrasada, não se alimenta mais direito e culpa o coitado do computador por isso, mas a menina estava satisfeita, tomou um gole de café, colocou na estante seus velhos sentimentos como troféu, jogou na bolsa seu estoque de emergência de sorrisos e tratou de subir no salto da autoconfiança que é pra passar mais um dia na defensiva.
Tratou de ser fiel a sua lista de prioridades já que com os sentimentos a relação é a mais descompassada Fechou os olhos e disse que seja doce assim como Caio um dia também repetiu centenas de vezes, não era o primeiro dia, era o famoso durante e ainda que se acostume sempre sobra alguma coisa bem no fundo e ainda que ela deseje despejar tudo este “algo” arrumou um esconderijo perfeito e só aparece nas horas mais impróprias só pra deixar bem claro que ainda está lá. Ela tratou de aceitar esta condição meio contrariada e guardou bem guardado que é pra ninguém tomar o controle da situação.
Apertou o play e escutou as velhas musicas que havia esquecido de deixar em casa ao lado da caixinha dos velhos sentimentos, ela arrumou a desculpa perfeita e disse que não deu tempo porque já estava atrasada e perderia a chance de se apaixonar hoje por qualquer outro estranho com quem trocaria assim olhares vazios, descompromissado e cheio de delongas, o mais certo já que o conhecido se fez estranho depois de confessar seu grande amor para o desconhecido, incapaz de compreender o desgosto que sentia desviou o olhar, (encontrou consolo na paisagem e repetia dezenas de vezes: isso também vai passar)Ao chegar no lugar de destino pisou duro,não disse bom dia para o segurança e se recusou a pegar o sorriso de emergência da bolsa, mas tratou de engolir uma cartela de educação e pra terminar o dia foi ao ‘Bar.Tida’ e pediu uma dose de silencio para fechar bem o dia, chegou em casa e passou direto pela estante, desviou o olhar ressentido, tomou um ducha quente, conferiu o celular pela ultima vez e a caixa de mensagem continuava vazia, pensou:  “ainda dá tempo são 10pra meia noite[...]” e veio cheia de carinho para o travesseiro, fechou os olhos bem apertado e sussurrou baixinho : FELIZ DIA DOS NAMORADOS. Deitou, virou e antes do peso do mundo recair sobre seus ombros sentiu-se embaraçada por ter se declarado para o “travesseiro” errado.

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