(imagem retirada do we heart it)
“Onde está você?”: Pergunto para o vento no escuro do meu
quarto. O sono aparenta ter uma aversão gigantesca á você, pois sempre que
estou contigo na cabeça, o sono não vem. Talvez essa seja a causa das olheiras
que venho tendo. Paciência. São os ossos do ofício.
Entre
os minutos vagarosos fritando na cama, sua imagem dispara na minha cabeça como
milhares de flashes contínuos e
poderosos. A saudade se apodera de mim como uma trepadeira daninha toma conta
dos muros de uma casa abandonada. Abandonada, meu coração estava abandonado,
sem carinho ou esperança até que suas madeixas castanhas o iluminassem, apesar
de certa relutância sua no começo dessa epopeia.
Incrível
como sua imagem sozinha consegue deixar cada nervo do meu corpo rígido e
tilintando de tesão. Ás três da madrugada, todos dormindo, “Porque não?”. Uma
masturbação sorrateira e deliciosamente vagarosa, só para consumar o desejo
quase animal que sinto por você, além de ser uma maneira de trazer vestígios
seus pra mim.
Conformei-me,
o sono realmente não viria. Cérebro á todo vapor, como poderia? Para relaxar,
liguei o rádio. Por ironia do destino, aquela música de Los Hermanos que tanto
gostamos. Relaxei, deitei a cabeça no travesseiro. Relaxei ao som dos acordes
da musica e contrariando as expectativas, desfalecia vagarosamente nos braços
de Morfeu.
Nem
dormindo você me dá paz, será possível? Acabei que sonhei com você essa noite.
Nunca mais veria a cozinha como antes. No sonho, resumo dos meus desejos mais
profundos, você me levava pra lá. Agarrávamo-nos ferozmente, tropeçando nos
pés das cadeiras e da mesa. Joguei-lhe em cima da mesa e comecei a beijar cada
pedaço de seu corpo. Seus seios com os mamilos duros como diamantes róseos, seu
ventre branco, digno dos seres angelicais, seu clitóris rígido em meus lábios.
Uma
trovoada voltou-me á realidade. Tinha começado a chover e o barulho acordou-me.
‘Trovão maldito!’: praguejei as forças da natureza. Tentava, mas não conseguia
dormir de novo. O remédio era esperar amanhecer para poder fazer algo
divertido, quiçá construtivo. Até lá, teria longas horas até o amanhecer, todas
elas pensando em você. Paciência.